
Por Wagner de Alcântara Aragão*
A Secretaria de Turismo já pode criar um novo roteiro para a linha “Conheça Santos”: um tour por pontos que simbolizam o descaso do poder público, em suas diferentes instâncias e esferas, com a educação e o patrimônio histórico da cidade.
O roteiro turístico começaria pelo bairro da Vila Nova, onde o público contemplará a edificação do Acácio de Paula Leite Sampaio, de valor arquitetônico ímpar. Vai verificar também o abandono do colégio, fechado há mais de meia década.
O guia poderá informar aos passageiros que desde 2013 existe a promessa do Governo de São Paulo implementar ali uma Etec – escola estadual de cursos da educação profissional. Que essa promessa é reanimada em períodos pré-eleitorais, vira manchetes em sites e jornais, rende reportagens nos telejornais locais, mas acaba aí, como promessa.
E que, enquanto isso, o prédio, condecorado com prêmios no campo da arquitetura, que poderia oferecer oportunidade de conhecimento e de inserção no mundo do trabalho a jovens de uma das regiões com menores índices de desenvolvimento humano de Santos, está de portas fechadas. Deteriorando-se.
Tudo isso exposto, fotos feitas, lives nas redes sociais produzidas, e o micro-ônibus da linha “Conheça Santos” poderia seguir seu trajeto, rumo à Rua Silva Jardim, na Vila Mathias quase Macuco, já nos limites entre a cidade e o porto. Ao se aproximar, certamente os turistas embarcados se embasbacariam com as ruínas da Hospedaria dos Imigrantes, e com a degradação urbana e social ao redor.
Seguramente ficariam indignados com as informações a serem prestadas: também para ali havia uma promessa, do Governo de São Paulo, respaldada pelas autoridades municipais aliadas, de implementação de uma Fatec, a Faculdade de Tecnologia estadual. À chegada de períodos eleitorais um e outro fato novo vem à tona – a abertura de um edital, um escoramento das estruturas – mas os anos passam e o povo está sem a faculdade prometida e a edificação de valor histórico e cultural quase vindo ao chão.
O passeio não acabou. Se vocês pensam, diria o guia de turismo aos passageiros, que o abandono é exclusividade desses dois bairros menos abastados, saibam que até de frente para a praia temos um exemplar de descaso.
Meia hora depois o micro-ônibus chegará à porta do Escolástica Rosa, na Praia da Aparecida. Aqui, apontaria o guia, até ano passado funcionava uma Etec. Porém, precisou de ser desativada, antes que a construção desabasse sobre estudantes e educadores. Um teto de um anexo já caiu. Não tardará para paredes tombarem também.
*Wagner de Alcântara Aragão é jornalista e professor. Mantém um canal de mídia independente, a Rede Macuco (www.redemacuco.com.br). Twitter: @waasantista
Fotos: Hospedaria dos Imigrantes, por Wagner de Alcântara Aragão
Wagner, sua preocupação se junta a se todos nós que amamos nossa cidade de Santos pelo que representou muito menos pelo que representa na atualidade.
Claramente, o Prefeito não guarda amor e sequer qualquer interesse de bom zelo pra cidade. E, pior. Escolheu pra servir em seu secretariado nomes que tem muito menos devoção pelo solo que vivem.
Faço uma só ressalva. A linha “contraturismo” sugerida não pode ser chamada por outro outro destino: “Rota da Vergonha”.
Obrigado pelo alerta. Vou fazer repercutir!
Wagner, sua preocupação se junta a de todos nós que amamos nossa cidade de Santos pelo que representou muito menos pelo que representa na atualidade.
Claramente, o Prefeito não guarda amor e sequer qualquer interesse de bom zelo pra cidade. E, pior. Escolheu pra servir em seu secretariado nomes que tem muito menos devoção pelo solo que vivem.
Faço uma só ressalva. A linha “contraturismo” sugerida não pode ser chamada por outro outro destino: “Rota da Vergonha”.
Obrigado pelo alerta. Vou fazer repercutir!